Falando em mudanças, do ponto de vista do estímulo à vida cultural e artística, elas não foram menos importantes que as mudanças econômicas.
D. João funda a Biblioteca Nacional e o Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Muitos espetáculos são trazidos para o Brasil, assim como missões artísticas formadas por pintores e naturalistas, estudiosos da área científica que tinha por objetivo catalogar e analisar animais e vegetações, principalmente em territórios considerados exóticos em relação à Europa. Cursos superiores são criados, com destaque para as áreas de Medicina e Direito.
A liberdade de produzir também é assinada por D. João VI, na tentativa de estimular o desenvolvimento econômico brasileiro. No entanto, a nossa indústria, que engatinhava, não conseguia competir com os sofisticados produtos vindos da Inglaterra, o que tornou o processo de industrialização mais uma idéia do que uma realidade nesse período.
O fato é que, depois de ter experimentado ares de liberdade, de ter vivido com requintes de corte, será muito difícil o Brasil aceitar a volta à situação de colônia.
Em 1821, após a derrota napoleônica, os portugueses passam a exigir a volta da corte para Portugal. D. João retorna para não perder o trono, mas deixa aqui seu filho, o Príncipe D. Pedro de Alcântara, com a intenção de que este liderasse o movimento de independência que, segundo sua opinião, era questão de tempo.
Caio Souza
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